sábado, 21 de maio de 2011

Polícia Militar realiza 1ª Olimpíada Especial de Equoterapia

Participam da competição crianças com diversas deficiências. Atualmente, o centro atende 63 pessoas.
Bruna Campos



Movimento que as crianças conseguiam realizar com o cavalo, por mais simples que fosse, era comemorado por todos. Na plateia, em vez de barulho, viam-se mãos erguidas e tremulando (palmas para surdos). Assim foi a "1ª Olimpíada Especial da Equoterapia da Polícia Militar do Pará, realizada na manhã desta quinta-feira, dia 19, no Complexo Hípico Sócio-Operacional Cassulo de Melo.

Foi a primeira vez que as crianças que fazem parte do programa, todas portadoras de deficiência ou alguma necessidade especial, participaram de uma competição, colocando em prática tudo o que aprenderam durante as aulas de equoterapia. O primeiro competidor a subir no cavalo foi o pequeno Sandro Heitor, 6 anos, portador de autismo. Com o apoio de um policial militar e de uma fonoaudióloga, ele montou no cavalo e completou todo o trajeto da prova. “É impressionante o desempenho que ele está tendo desde que começou a praticar a Equoterapia. Antes, ele não falava, não apresentava vínculo afetivo e não aceitava o tocássemos. Hoje, ele é outra pessoa”, disse a fonoaudióloga Bruna Silva.

Enquanto esperava sua vez de competir, Rafael Cardoso, 12 anos, portador da Síndrome de Down, olhava o percurso que iria ter que cumprir. “Quero fazer tudo certinho, do jeito que aprendi”. E assim ele fez, com um dos melhores tempos, ele completou a prova. A mãe dele, Fábia Cardoso, ficou emocionada ao ver o filho interagindo. “Depois que ele começou a frequentar as aulas de equoterapia, ele virou um menino mais feliz. Ficou mais carinhoso e muito mais alegre”, contou. Ao final da competição, as crianças receberam medalhas como premiação e participaram de um lanche com os pais, os profissionais que trabalham no programa e os policias militares.

“Um gesto de amor”. É assim que o tenente coronel Cláudio Polaro, coordenador do Centro Interdisciplinar de Equoterapia (Cieq/Belém), define o trabalho dos Policiais Militares que participam do programa. “O principal objetivo é prestar assistência em equoterapia às pessoas com necessidades especiais, contribuindo para sua reabilitação e educação”, disse.

O programa que já existe desde 1993, conta com 15 policiais militares que auxiliam os deficientes no processo de reabilitação. “Acaba sendo uma troca de experiência. Nós ensinamos as coisas técnicas e aprendemos muito mais com eles. Para nós, eles são um exemplo de superação”. O tenente coronel Polaro disse também que no início, os policias ficavam um pouco receosos, com vergonha de demonstrar seus sentimentos. “Mas, não há como não se envolver. Nós nos emocionamos e ficamos felizes com cada conquista. É muito bom ver aquele aluno que não conseguia nem andar e hoje já até corre, compensa qualquer coisa”.

Exemplo

Um ex-participante do Programa de Equoterapia da PM virou um exemplo para todos. É o jovem Bruno Silva, 26 anos. Ele, que tem paralisia cerebral, participou do programa durante 10 anos e hoje é campeão nacional de paraolimpíada. “Tudo começou por causa do meu contato com o cavalo. Quando comecei, eu tinha medo do cavalo. Depois tirei de letra e passei a me interessar por outros esportes”.

Atualmente o atendimento do programa de Equoterapia da Polícia Militar atende 63 pacientes, de forma gratuita, quatro vezes por semana pela manhã, com cinco pacientes para cada horário, o que totaliza mensalmente uma média variável de 250 sessões. Os policiais militares têm a função de preparar o local das sessões de equoterapia, preparar os cavalos e atuar como auxiliar–guia. Já a equipe interdisciplinar, composta por profissionais da área de saúde, educacional e equitação, são responsáveis pela elaboração do plano terapêutico, condução dos trabalhos nas sessões e pela elaboração das avaliações e registros.

O Tenente Coronel Polaro explicou que não é possível determinar a duração do tratamento, já que é acompanhado por avaliações periódicas da equipe técnica. Segundo ele, o atendimento passou a ter a duração de um a dois anos, de acordo com o plano terapêutico individual para cada paciente. Atualmente existe uma lista de espera com mais de 600 pessoas que têm interesse em fazer parte do programa.

Fonte: Agência Pará - Pará, 20/05/2011- Imagem Internet

A Turma da Mônica em: O Estatuto da Criança e do Adolescente

Autor: Mauricio de Sousa

 
- Ei, pessoal, que bom que vocês vieram...
- Franjinha!!!
- É o seguinte, eu ganhei uma coisa muito importante e queria dividir com vocês todos!
- Se for doce eu aceito!
- Quieta, Magali!
- O que é, Franjinha?
- O Estatuto da Criança e do Adolescente.

Esse é um trecho do diálogo inicial do gibi A Turma da Mônica em: O Estatuto da Criança e do Adolescente, que o quadrinhista Maurício de Sousa fez para explicar às crianças o que vem a ser a lei promulgada no dia 13 de julho de 1990. Numa parceria entre o Portal Pró-Menino e o Instituto Maurício de Sousa, o internauta poderá acessar a versão on-line do gibi, inédita. O Instituto concedeu o conteúdo.

O internauta poderá acessar todas a páginas que compõem o gibi. Essa é mais uma forma que o Pró-Menino encontrou de tornar acessível às pessoas conteúdos esclarecedores sobre o ECA. A ação segue a linha de que a disseminação de conteúdos sobre o Estatuto pode auxiliar adultos, crianças e adolescentes a conhecer mais sobre os direitos infanto-juvenis. A Cidade dos Direitos, versão animada do ECA, é outro exemplo de disseminação.

Clique aqui e acesse o gibi virtual da Turma da Mônica.








sexta-feira, 20 de maio de 2011

CCJ aprova BPC para Autistas dispensada a renda mínima

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou nesta quinta-feira (19) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC)528/10, do deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), que dispensa pessoas com deficiência intelectual, com autismo ou com deficiência múltipla da comprovação de renda familiar mínima para ter direito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC-Loas). O BPC-Loas é pago mensalmente e corresponde ao valor de um salário mínimo.
O relator da PEC, deputado Jutahy Junior (PSDB-BA), apresentou parecer pela constitucionalidade e juridicidade da matéria. Ele destacou que a proposta tem altíssima relevância social por garantir que todas as pessoas com deficiência e autistas tenham acesso a uma renda mínima, nos moldes do que ocorre hoje com o BPC-Loas. Pelas regras atuais, para ter direito ao BPC, os portadores de deficiência precisam comprovar renda mensal familiar per capita de até 1/4 do salário mínimo. A exigência é a mesma para idosos. Pela Lei 8.742/93, que estabelece os critérios para concessão do benefício, o interessado também deve comprovar incapacidade para o trabalho.
Tramitação
A proposta seguirá para uma comissão especial, a ser criada especificamente para analisá-la, e depois será votada pelo Plenário.
Saiba mais sobre a tramitação de PECs
*Matéria atualizada às 14h01.

Íntegra da proposta:


Jutahy Junior apresentou parecer favorável à proposta.
Reportagem – Murilo Souza 
Edição – Pierre Triboli

Fonte: http://autismobemvindoaomeumundo.blogspot.com/2011/05/ccj-aprova-bpc-para-autistas-dispensada.html

quinta-feira, 19 de maio de 2011

O QUE É
- O autismo é um transtorno de desenvolvimento definido por alterações que costumam se manifestar antes dos três anos e se caracteriza por comprometimentos na comunicação, na interação social e no uso da imaginação.


COMO LIDAR COM A SITUAÇÃO A ESCOLA
- É importante abandonar estereótipos sobre o autista como aquela pessoa que grita e se balança o tempo todo. A doença tem vários graus e, quando tratada desde cedo, aumenta significativamente a capacidade do portador. Recomenda-se que, sempre que possível, um estudante com transtorno de autismo estude em uma sala de aula comum. Basta que os professores saibam do problema, estejam atentos a necessidades da criança e mantenham contato em reuniões periódicas com o médico e os demais profissionais que acompanham o aluno, como psicólogo ou fonoaudiólogo.


A FAMÍLIA
- Embora seja possível entrar com uma ação judicial para garantir o acesso à educação, seja em rede pública ou particular, é recomendado procurar um estabelecimento que faça questão de aceitar a criança com transtorno autista e trabalhar com ela – o que tende a criar um ambiente mais favorável para ela. Escolas com menor número de alunos também são preferíveis aos grandes estabelecimentos, por permitirem, em tese, uma atenção mais individualizada.


A QUESTÃO LEGAL
- O artigo 208 da Constituição Federal assegura ao deficiente o direito de frequentar a rede regular de ensino, seja ela pública ou particular
- A Lei de Diretrizes e Bases da Educação e a lei de inclusão escolar estabelecem uma política nacional que privilegia a matrícula de portadores de necessidades especiais, físicas ou mentais, em escolas regulares. Porém, não resultam em uma obrigatoriedade explícita para os colégios particulares
- Conforme a promotora da Infância e da Juventude do Ministério Público Estadual Synara Buttelli, nem sempre é possível exigir a matrícula do colégio, principalmente quando exige algum tipo de estrutura física ou de pessoal de que o estabelecimento não disponha.

TEACCH - O que é?

TEACCH - Treatment and Education of autistic and comunication handicapped children – uma abordagem comportamental com apoio na psicolingüística que tem como objetivo facilitar a aprendizagem da pessoa com autismo a partir do arranjo ambiental, ensino estruturado e comunicação alternativa. É um método americano específico para as desordens comportamentais advindas do autismo, sendo que sua aplicação provoca inúmeros benefícios nas áreas de linguagem, comportamento, comunicação e habilidades escolares.


O CEDAP trabalha com a metodologia TEACCH há 17 anos e vem com a tarefa de garantir o bom uso da marca e de seus princípios, eliminando mitos e propondo que um número maior de brasileiros conheça a sua aplicabilidade.




MITOS E VERDADES SOBRE O TEACCH





 1. O TEACCH é um MÉTODO de trabalho:   VERDADE


      Justiticativa:   ao contrário do que alguns autores colocam, o CEDAP concebe a idéia de que o TEACCH é um método de ensino e educação. A análise terminológica da palavra nos remete a MÉTODO como o conjunto dos meios dispostos convenientemente para alcançar um fim e especialmente para comunicá-lo aos outros. É a maneira de se atuar, de ir pelos caminhos do conhecimento para buscar respostas por meio de procedimentos específicos e encontrar soluções para problemas. Nesta análise, o TEACCH apresenta-se como um esquema de tratamento e educação de pessoas com autismo com suas especifidades próprias, seu material próprio, sistemas avaliativos, esquema de trabalho, técnicas de ensino e base teórica que fundamenta toda essa prática.





2. O TEACCH só trabalha com cartões: MITO


      Justificativa: O TEACCH trabalha com recursos visuais e estrutura do ambiente. Tais prompts podem ser objetos, fotografias, imagens, pictogramas, palavras e qualquer outra sinalização que leve em conta os aspectos imagéticos do autista. Portanto, o TEACCH crê na aquisição de conceitos advindos de imagens, e por esta razão faz uso TAMBÉM de cartões ilustrados como forma de indicar a rotina e/ou ou sinalizar a comunicação.No entanto, não é um programa educacional fundamentado exclusivamente em cartões. Este sistema pode ser utilizado dentre muitos outros. Por exemplo, os cartões podem funcionar como agentes da rotina visual (colocados na agenda), como organizadores, como estímulos do PECS e até mesmo como itens de uma tarefa. Mas também são usados com este fim, objetos indicadores, estruturas sinalizadoras (como marcadores, flechas, etiquetas, etc) e materiais adaptados. Os cartões são materiais que complementam a estrutura TEACCH. Não são seus únicos meios.





3. O TEACCH "robotiza"  ou "mecaniza"  quem dele se utiliza: MITO


      Justificativa: essa é a grande cruz que o TEACCH ainda teima em carregar. Isso tudo começou com o uso inadequado da estrutura TEACCH no início de sua aplicação no Brasil, onde tarefas e atividades eram apresentadas sem considerar os princípios da generalização da aprendizagem. Historicamente podemos observar que em muitos lugares, as atividades eram apresentadas de uma única forma, por uma única pessoa, sem variação em sua forma e sem proporcionar para os autistas possibilidades de levar o conhecimento para outros ambientes, sujeitos e situações. Desta forma, um aluno fazia a mesma atividade por muitas vezes, não havia alteração na estrutura do material, não se mudava de lugar, pouco se conversava com o aluno, a rotina não era flexível, etc, favorecendo a imutabilidade e gerando a falsa idéia de que havia a "robotização". É importante colocar que o processo de ensino precisa ser organizado pensando na flexibilidade da rotina, na estrutura de várias tarefas com o mesmo fim, nos conceitos apresentados de várias formas sem perder de vista as necessidades do autista.Quando um aluno aprende um conceito e faz uso de forma funcional, podemos afirmar que houve mudança de comportamento, e portanto, houve aprendizagem. Um outro fator contribuinte para que o mito da robotização perseguisse o TEACCH por muitos anos foi o fato da literatura nacional não abordar o tema adequadamente, simplificando a aplicação, traduzindo de forma literal documentos americanos ou europeus e principalmente, a dificuldade em se aplicar os principios de forma prática.  Com o advento de pesquisas nacionais, profissionais mais preparados, publicações atualizadas e cursos de formação, o TEACCH deixa para trás as antigas concepções e passa a se mostrar como um dos métodos mais eficazes de ensino para autistas.

 * O Programa TEACCH passou a ser difundido no Brasil no final da década de 80 do século XX por meio das publicações e prática de Viviane de Leon, terapeuta ocupacional da cidade de Porto Alegre-RS, grande inspiradora de nossos trabalhos.


Lei Municipal do Dia do Autismo em Volta Redonda, Vitória!!!



PARABÉNS A TODOS DE VOLTA REDONDA!!!




Caros Associados,

Divido com vocês mais uma vitória de nossa causa: o Prefeito Antonio Francisco Neto, sancionou a lei 4770 de autoria do Vereador Marquinhos Motorista que institui o Dia 02 de Abril como Dia Municipal de Conscientização do Autismo em Volta Redonda.
Segue abaixo a lei na íntegra, clique em cima dela para ampliar, para melhor visualização.
Caso queira, nos solicite uma cópia que enviaremos com prazer.
Mais uma vez percebemos como trabalhando em conjunto pela causa do autismo, somos mais fortes e ampliamos cada vez mais os nossos horizontes.
Parabéns APADEM!
Parabéns Vereador Marquinhos!
Parabéns Prefeito Neto "O Prefeito Amigo dos Autistas"!
Parabéns a todos nós!

Abraços Fraternos,
Claudia Moraes
Pres. da APADEM




quarta-feira, 18 de maio de 2011

:: FAÇA BONITO 18 de maio Uma data para não ser esquecida


Em 1973 um crime bárbaro chocou o Brasil. Seu desfecho escandaloso seria um símbolo de toda a violência que se comete contra as crianças.

Com apenas oito anos de idade, Araceli Cabrera Sanches foi sequestrada em 18 de maio de 1973. Ela foi drogada, espancada, estuprada e morta por membros de uma tradicional família capixaba. O caso foi tomando espaço na mídia. Mesmo com o trágico aparecimento de seu corpo, desfigurado por ácido, em uma movimentada rua da cidade de Vitória (ES), poucos foram capazes de denunciar o acontecido. O silêncio da sociedade capixaba acabaria por decretar a impunidade dos criminosos.

Os acusados, Paulo Helal e Dante de Brito Michelini, eram conhecidos na cidade pelas festas que promoviam em seus apartamentos e em um lugar, na praia de Canto, chamado Jardim dos Anjos. Também era conhecida a atração que nutriam por drogar e violentar meninas durante as festas. Paulo e Dantinho, como eram mais conhecidos, lideravam um grupo de viciados que costumava percorrer os colégios da cidade em busca de novas vítimas.

A capital do estado era uma cidade marcada pela impunidade e pela corrupção. Ao contrário do que se esperava, a família da menina silenciou diante do crime. Sua mãe foi acusada de fornecer a droga para pessoas influentes da região, inclusive para os próprios assassinos.

Apesar da cobertura da mídia e do especial empenho de alguns jornalistas, o caso ficou impune. Araceli só foi sepultada três anos depois. Sua morte ainda causa indignação e revolta. O dia 18 de maio foi instituído em 1998, quando cerca de 80 entidades públicas e privadas, reuniram-se na Bahia para o 1º Encontro do Ecpat no Brasil. O evento foi organizado pelo Centro de Defesa de Crianças e Adolescentes (CEDECA/BA), representante oficial do Ecpat, organização internacional que luta pelo fim da exploração sexual e comercial de crianças, pornografia e tráfico para fins sexuais, surgida na Tailândia. O encontro reuniu entidades de todo o país. Foi nessa oportunidade que surgiu a ideia de criação de um Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Infanto-Juvenil.

De autoria da então deputada federal Rita Camata (PMDB/ES) - presidente da Frente Parlamentar pela Criança e Adolescente do Congresso Nacional -, o projeto foi sancionado em maio de 2000.
Desde então, a sociedade civil em Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes promovem atividades em todo o país para conscientizar a sociedade e as autoridades sobre a gravidade da violência sexual.
O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes vem manter viva a memória nacional, reafirmando a responsabilidade da sociedade brasileira em garantir os direitos de todas as suas Aracelis.

Lei 9.970 – Institui o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infanto-juvenil
Art. 1º. Fica instituído o dia 18 de maio como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Faça Bonito: continue essa história


Atualmente buscamos a mobilização de toda a sociedade em torno do Faça Bonito, tendo como o símbolo a flor. Dessa forma, buscamos fazer com que todos se responsabilizem pela proteção dos direitos sexuais de crianças e adolescentes em todo o país. Porém, é necessário lembrar que essa luta é resultado de muitos anos de mobilização.
O enfrentamento à violência sexual praticada contra crianças e adolescentes inicia, de modo geral, como a mobilização pelos direitos da infância e adolescência, na década de 1980, tendo como um de seus pontos fortes a criação do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua. Outro momento importante foi a incorporação do artigo 227 à Constituição Federal de 1988, a partir desse momento a criança passa a ser prioridade absoluta.
Nesse período também foi aprovada a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança (1989), ratificada pelo Brasil em 1990. No mesmo ano, foi aprovado o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
No que diz respeito à violência sexual a pauta internacional favoreceu a mobilização de entidades da sociedade civil. Essa atuação levou a instalação, em 1993, da Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou a Prostituição Infantil no país. A partir desse momento, esse assunto passa a ser pautado pelo Estado. Uma das conseqüências da CPI foi o fortalecimento das entidades não governamentais que atuavam com essa temática. Essa primeira CPI carecia de dados a respeito do problema, por isso seu relatório final foi pouco conclusivo.
Em 2000, a sociedade civil organizada, com participação de membros do Governo Federal, reuniu-se em Natal (RN), para formular o Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, que em 2010 iniciou o seu processo de revisão. Dois anos mais tarde foi criado o Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, com o intuito de monitorar a implementação do Plano Nacional. Nesse período, também foi instituído, por lei federal, o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, a ser lembrado no 18 de maio. Essa dia é uma alusão a um crime emblemático, que ficou conhecido como o caso Aracelli. A menina em questão foi abusada, morta e desfigurada por filhos da alta sociedade de Vitória (ES), os culpados nunca foram responsabilizados.
Em 2002, a Pesquisa sobre Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para fins de Exploração Sexual Comercial no Brasil, realiza um grande mapeamento das rotas de tráfico para fins sexuais no país. A publicação dessa pesquisa unida a forte mobilização social motivou a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito. A CPMI foi instalada em 2003 com a finalidade de investigar as situações de violência e redes de exploração sexual de crianças e adolescentes no Brasil.
A CPMI teve os seus trabalhos concluídos no dia 13 de julho de 2004, com a aprovação do relatório final. Um dos resultados da Comissão foi a reinstalação da Frente Parlamentar da Criança e Adolescente em 2003, contando com a participação de deputados e senadores, por sua vez registrando recorde de adesão dos parlamentares.
Em meio a essa mobilização nacional, entidades internacionais começam a atuar nesse sentido. Assim surge a ECPAT (End Children Prostitution,Child Pornografy and Trafficking of Children for Sexual Purposes) rede de enfrentamento à exploração sexual contra crianças e adolescentes, com representação em mais de 60 países, inclusive o Brasil. O Ecpat realizou três congressos mundiais para debater a exploração sexual comercial de crianças: Estolcomo (1996), Yokohama (2001) e Brasil (2008).
Em 2003, o governo brasileiro, disponibiliza o Disque Denúncia Nacional, que ficou conhecido como Disque 100, para que a sociedade pudesse denunciar os casos de violência contra crianças e adolescentes. Em 2010, o nome do disque denúncia foi alterado para Disque Direitos Humanos.
Agora fica com você a responsabilidade de continuar a construção dessa história. Faça Bonito. Proteja nossas crianças e adolescentes.


Aulas de ginástica olímpica ajudam no tratamento do autismo


O autismo é uma síndrome silenciosa. Ainda se sabe muito pouco sobre o que acontece no misterioso mundo de quem vive dentro do chamado espectro autista.


Há três semanas, a comunidade de pais, médicos e terapeutas de autistas sofreu um baque com a denúncia de que uma das profissionais até então mais respeitadas do meio, Beatriz Cunha, de 32 anos, 12 de profissão, que se dizia especializada no assunto, sequer era formada em Psicologia.


Ela está sendo processada por falsidade ideológica e tortura, já que obrigava as crianças a comer e a fazer o tratamento muitas vezes com truculência e agressões verbais. O escândalo gerou pânico entre familiares e amigos de autistas em listas de discussão pela internet, sobre em quem confiar e em quais tratamentos apostar.


Um dos nomes que sempre aparece com mensagens positivas é o do professor de educação física Rodrigo Brívio, 31 anos, que começou ano passado um trabalho de ginástica olímpica com crianças autistas na Academia Body Tech, na Barra da Tijuca, e vem conseguindo resultados surpreendentes no atraso da linguagem e na falta de interação social, principais características da síndrome.


Com disciplina, rotina, amor e muita paciência, Brívio virou referência no Brasil inteiro. Ele já acumula convites para dar cursos e seminários pelo país afora e tem nada menos do que 100 crianças na fila de espera por uma das 25 vagas da sua concorrida aula.
Qual o segredo da aula? Eu acredito que tudo é possível, dentro das limitações de cada um. Tento entrar no mundo dessas crianças, e não tentar fazer com que elas venham para o nosso mundo por obrigação.


Qual é o maior desafio de lidar com crianças autistas?
Estabelecer uma comunicação com uma criança que não fala. Mas com o tempo, paciência e interesse, dá para saber o que elas querem. Recentemente, um dos meninos me puxou até a porta do banheiro. Se comunicou da forma que podia. E mostrou que já confiava em mim.
Como elas reagem às atividades propostas na ginástica olímpica?Elas geralmente têm medo do salto no início, mas logo percebem a sensação de prazer. A atividade física alivia um pouco do estresse e dos sintomas de hiperatividade que muitos deles têm.


Nas aulas, alguma criança já te emocionou?
Muitas. Uma delas falou a primeira palavra durante uma brincadeira que fazemos com os cones.


Por que o método é eficiente?
Porque como eles não falam ou têm dificuldade na linguagem e na área da comunicação, usam muito o corpo para se expressar, fazem gestos. Na ginástica, eles aprendem a se concentrar, que é um dos pontos deficientes de quem tem a síndrome. Sentem que estão falando a língua deles.


Como é a aula na prática?
Por meio dos exercícios fazemos a combinação da parte motora com a cognitiva e a sensorial. Não existe diferença entre crianças autistas ou não. As aulas são iguais. Desenvolvo trabalho com reconhecimento de cores e letras, que poderia ser feito com as outras crianças.


Fonte: Jornal eband

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Ponto Cruz, rosto de mãe em flor

Um presente para todas as mães lutadoras

Depois de cego, começo a te ver

Rafael Gonçalves de Paulo



Ontem eu via,
Gostava de ver.

Hoje eu pouco vejo,
Vejo embaçado.

Amanha não sei se verei,
E não sei se vou querer.
Porque não sei,
Se você lá comigo vai estar.

Mas aproveito o Hoje,
Porque,mesmo pouco,
Posso ainda te ver

E eu estava a pensar:
“ Mas o por do sol vai chegar,
E o Hoje acabará. “

E enquanto eu temia o Amanha,
O Hoje acabou.
E o Amanha,
Tão temido por mim,
Começou.

Tão qual eu pensava,
Meus olhos se fecharam,
Mas parecia que eles tinham acabado de abrir.

Começo a pensar,


Que para ver,
Não preciso enxergar.

Começo a pensar,

Ontem eu te enxergara,
Mas não te vendo.

Hoje eu pensei que pouco via,
Mas sem ver,
E pouco enxergar.

Amanhã eu não enxergo,
Mas vejo.

No Amanha estou,
E ironicamente,
Não enxergo,
Bem como suspeitava.

Mas vejo

Eu te vejo,
Te sinto,

TE AMO





"A poesia é de autoria do Rafael, 12 anos, irmão do Victor, autista, 11 anos, ambos de Brasília/DF,  com está poesia presenteou sua mãe Alê pelo Dia das mães. Alexandra é produtora e coordenadora de produção. Trabalha 18h durante 7 dias na semana, e só via os filhos se arrumando para a escola. Foi neste contexto que ele escreveu a poesia, vale a pena ler!
...e com ela presenteio todas as mães lutadoras. Feliz dia das Mães!"



Sent: Sunday, May 08, 2011 10:49 PM, by Mara
Membro fundador do Movimento Orgulho Autista Brasil
Conselheira de Saúde do DF - Segmento Usuários - MOAB
Comissão de Saúde Mental do Conselho
http://marafg.multiply.com/ (2005)
http://queridovictor.weblogger.terra.com.br (2004)

domingo, 8 de maio de 2011

De todos os direitos de uma mulher, o maior é ser mãe.

Ser Mãe 
(Coelho Neto) 

Ser mãe é desdobrar fibra por fibra
o coração! Ser mãe é ter no alheio
lábio que suga, o pedestal do seio,
onde a vida, onde o amor, cantando, vibra.

Ser mãe é ser um anjo que se libra
sobre um berço dormindo! É ser anseio,
é ser temeridade, é ser receio,
é ser força que os males equilibra!


Todo o bem que a mãe goza é bem do filho,
espelho em que se mira afortunada,
Luz que lhe põe nos olhos novo brilho!


Ser mãe é andar chorando num sorriso!
Ser mãe é ter um mundo e não ter nada!
Ser mãe é padecer num paraíso!


Feliz Dia das Mães!!!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Atibaia terá evento internacional de autismo dia 28/maio em prol da revista

Anote na sua agenda: dia 28.maio.2011, em Atibaia, haverá um evento internacional sobre autismo, coordenação e equilíbrio emocional, com a presença de um profissional dos Estados Unidos, com experiência junto a famílias afetadas pelo autismo há mais de 25 anos. Ele trabalhou com Ivar Lovaas, precursor da Análise do Comportamento Aplicada (ABA, na conhecida sigla em inglês) e com Steven Gutstein (criador do RDI™).
O evento terá a palestrante da relações-públicas Marie Schenk, mãe de 2 garotos com autismo e autora do blog "Uma Voz para o Autismo". Ela falará também da área comportamental, sensorial e a respoeito de desenvolvimento relacional, assuntos estudados por ela em vários cursos nos Estados Unidos, onde morou por 5 anos. E também fará a tradução do bate-papo com o profissional estadunidense.
  • Inscrição: R$ 150,00 por pessoa (vagas limitadas)
  • Renda líquida: será 100% revertida para a Revista Autismo
  • Dia e horário: 28/05/2011, das 8h às 17h00 -- com 1h de intervalo para almoço (não incluso)
  • Local: Auditório do Hospital Novo Atibaia (HNA)
  • Endereço: R. Vereador Luiz Alberto Vieira dos Santos, s/nº, Centro, Atibaia, SP 
  • Pagamento: depósito bancário no banco Itaú (341), agência 0030 (Atibaia), conta corrente 67312-3(Consciência Solidária)
  • Enviar comprovante parapalestra@RevistaAutismo.com.br ou via fax para o telefone abaixo (não esqueça de deixar seu nome completo, e-mail e telefone de contato)
  • Mais informações: (11) 4414-6040
  • SiteRevistaAutismo.com.br/CursoMaio2011
  • Público alvo: psicólogos, terapeutas, educadores, pais, mães e profissionais da área de saúde e educação que lidam com crianças que apresentam desenvolvimento atípico, especialmente o autismo.
O conteúdo também é útil para crianças com déficit social, mesmo fora do espectro do autismo.

Fonte: http://revistaautismo.com.br/noticias/curso-palestra-de-autismo-em-atibaia-28-maio-de-2011

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Fonoaudiologia Padovan ( Método Padovan)

Método Padovan

Reorganização Neurofuncional 
Baseado na Reorganização Neurológica, desenvolvida por Temple Fay, neurologista e neurocirurgião americano na Filadélfia, por volta de 1950, nos ensinamentos de Rudolf Steiner, filósofo e pedagogo alemão-austríaco (1861-1925), sobre a natureza do Ser Humano e nos estudos e observações clínicas da pedagoga e fonoaudióloga Beatriz Padovan, que, além disso, acrescentou àquela base seu Método Mioterápico de Reeducação das Funções Orais. (Este método foi publicado pela primeira vez em 1976, na Revista Ortodontia, São Paulo, vol. 9, ns. 1 e 2, jan/abr, sob o título de “Reeducação Mioterápica nas Pressões Atípicas de Língua – Diagnóstico e Terapêutica”). Formou ela, assim, um Método composto de:


a) exercícios corporais, em grande parte derivados da Reorganização Neurológica, na seqüência preconizada por Rudolf Steiner e complementados pela própria Beatriz Padovan
b) exercícios oro-buco-faciais do Método Padovan de Reeducação Mioterápica das Funções Orais.

ORGANIZAÇÃO E REORGANIZAÇÃO NEUROLÓGICA
A Organização Neurológica é um processo dinâmico e complexo, mas natural, que leva à uma maturação do Sistema Nervoso Central, tornando o indivíduo apto a cumprir o seu potencial genético, ou seja, pronto para adquirir todas as suas capacidades, incluindo a locomoção, a linguagem e o pensamento. Esta Organização Neurológica, que nada mais é do que o próprio Desenvolvimento Ontogenético, consiste nas fases do desenvolvimento natural do Ser Humano (rolar, rastejar, engatinhar, etc.), que são significativamente importantes na definição do esquema corporal e da lateralidade (maturação do próprio Sistema Nervoso Central), tornando o indivíduo apto a dominar seu corpo no espaço, isto é, a poder fazer todos os movimentos que quiser, voluntários e involuntários.
A Reorganização Neurológica consiste na recapitulação daquelas fases do desenvolvimento natural do Ser Humano, que, dessa forma, vai preencher eventuais falhas da Organização Neurológica original.
ANDAR – FALAR – PENSAR
Quando o processo da Organização Neurológica apresenta alguma falta ou falha em seu desenvolvimento, pode-se, através da Reorganização Neurológica, impor os movimentos de cada fase, utilizando-se de exercícios específicos que recapitulam o processo do ANDAR, desde os seus movimentos mais primitivos até o indivíduo alcançar a postura ereta, dominando o espaço com ritmo e equilíbrio.
Trabalhando a maturação do andar, atingimos consequentemente o FALAR, que também é trabalhado com exercícios para a reeducação das Funções Reflexo-Vegetativas Orais, (respiração, sucção, mastigação e deglutição).
Ajudando o indivíduo a melhor expressar seus sentimentos e emoções – equilíbrio psico-emocional – trabalhamos o PENSAR, abrangendo também áreas específicas da percepção auditiva e visual (atenção, memória, discriminação, análise-síntese) e processos do desenvolvimento da fala, linguagem espontânea (fluência e ritmo) e da leitura e escrita.
FONTE: http://www.padovan.pro.br/

Beatriz Padovan: “Da curiosidade à vontade de ajudar”


Fonoaudióloga e criadora do método Padovan, Beatriz já viajou o mundo divulgando como ajudar pacientes com síndromes, paralisia cerebral e acidente vascular cerebral

A professora Iolanda Bezerra Costa, fonoaudióloga e terapeuta neurofuncional, afirma ser uma “discípula” de Beatriz Alves de Edmir Padovan – ou somente Beatriz Padovan, como é conhecida a baiana que, na década de 1970, criou o Método Padovan de Reorganização Neurofuncional. A aplicação deste método estimula o Sistema Nervoso Central e o Periférico (e, consequentemente, todos os outros sistemas que deles dependem), através de exercícios corporais passivos ou ativos que recapitulam os movimentos neuroevolutivos da marcha-deslocamento, das mãos, dos olhos e das funções orais reflexas, estimula-se a uma reorganização neurofuncional e consequentemente um fortalecimento de todo o sistema nervoso, promovendo uma possibilidade de maior eficácia, operacionalidade e funcionamento do indivíduo face a si mesmo e ao ambiente ao qual deve adaptar-se constantemente. Esses exercícios, que lembram os movimentos naturais do bebê – desde o útero até o andar (pedalar ou espernear, rolar, rastejar, engatinhar, sentar e andar) –, quando aplicados respeitando-se sua sequência natural, promovem grandes benefícios em todos os quadros de falhas no desenvolvimento normal do ser humano, inclusive no autismo.
Iolanda Costa atualmente é coordenadora do Centro Carioca do Método Padovan (Cecamp), na cidade do Rio de Janeiro, e supervisiona a aplicação do método em várias cidades brasileiras e também no exterior, como Marrocos e França.
Em entrevista à Revista Autismo, Iolanda, que também é especialista em Disfagia pelo Método Padovan, contou um pouco sobre sua experiência profissional na aplicação do método nos casos de autismo.

ENTREVISTA

Revista Autismo – Como o Método Padovan pode ajudar no tratamento do autismo?

Iolanda Costa – Para nós, terapeutas e discípulas Padovan, não é a falta de cuidados maternos que faz com que uma criança se torne autista. Muito já se disse sobre isso para os pais, e, para eles, têm sido motivo de grande tristeza serem responsabilizados pelo quadro de autismo dos filhos, o que não é verdadeiro. O certo é que o indivíduo autista tem grandes alterações nas suas percepções sensoriais. Podemos exemplificar de forma simples: o autista enxerga bem e não nos vê; escuta bem, mas não nos ouve; pode falar e não nos diz nada; e pode também ter uma grande alteração no sentido do movimento (sentir necessidade de estar com brinquedos que giram, por exemplo). Até mesmo o sentido do tato pode estar alterado, e muitos, quando se machucam, parecem não sentir nada. Alguns deles até se auto-agridem, sem demonstrar qualquer tipo de expressão facial de dor.
Utilizando o Método Padovan, nós estaremos fortalecendo o sistema nervoso como um todo e, consequentemente, promovendo o equilíbrio entre todos os sentidos. Equilíbrio sim, porque muitos dos sentidos podem estar debilitados e outros exacerbados. Temos como um dos princípios básicos o respeito à sequência dos movimentos da neuroevolução natural, que deve ser seguida e respeitada. Esses movimentos corporais que aplicamos são os mesmos que qualquer ser humano usa para se desenvolver durante seu primeiro ano de vida, estão na memória genética das células nervosas e dependem da maturação do Sistema Nervoso Central.
As funções reflexo-vegetativas orais, que também são estimuladas na terapia Padovan, são quatro: sugar, mastigar, respirar e deglutir. Elas são consideradas funções pré-linguísticas, ou seja, todos nós dependemos de que elas estejam fortalecidas e sincronizadas entre si para que a fala articulada se efetue adequadamente. O que fazemos de maneira natural, e sem nos deter nos sintomas, é apenas reorganizar, recapitular, o processo da neuroevolução através dos movimentos, que são inerentes à própria evolução humana.

RA – Há casos de alta (ou recuperação) de pessoas com autismo submetidas ao Método Padovan?
IC – Temos inúmeros casos de crianças e jovens que conseguiram superar todas as suas dificuldades e hoje estão completamente inseridos na sociedade, tendo um comportamento adequado. Isso tem ocorrido tanto no Brasil quanto no exterior. Houve até um caso de um menino com autismo grave que se recuperou a ponto de conseguir se formar em uma faculdade. As primeiras mudanças que pude observar na minha prática clínica, nos casos das crianças portadoras de autismo, foram o início do contato visual, a melhora na qualidade do sono e a aceitação de convívio social.

RA – Qual a ligação do Método com a Fonoaudiologia?
IC – Beatriz é graduada em Fonoaudiologia. Durante muitos anos foi pedagoga Waldorf e, desde que criou seu próprio método, não utiliza as técnicas fonoaudiológicas acadêmicas convencionais. Hoje em dia, diversos profissionais da área da saúde (tanto no Brasil como no exterior) se dedicam à aplicação do Método Padovan. Além de fonoaudiólogos, temos psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e até médicos e dentistas. A procura pela formação no Método Padovan tem sido cada vez maior, principalmente no exterior (Alemanha, Áustria, Espanha, França, Grécia, Suíça, Canadá, Índia, Marrocos e Tunísia), onde Beatriz e sua filha, a médica Sônia Padovan Catenne, ministram vários cursos. Essa procura pela formação iniciou-se em 1979, em Stuttgart (Alemanha), a convite do médico Otto Wolf, após ter assistido uma palestra sobre o método em São Paulo.

RA – Os pais podem aplicar o Método ou fazer algo que contribua em casa?
IC – Os pais, quando bem orientados por profissionais Padovan, são nossos maiores colaboradores. Normalmente não são solicitados exercícios para serem realizados em casa, mas, durante o atendimento com o profissional, é muito importante a ajuda e participação dos pais, sempre que estiverem disponíveis para isso. A criança nunca é tratada afastada dos pais, nunca se trabalha de portas fechadas, e toda a atuação pode e deve ser observada pelos familiares.
Neste mês, estou sendo chamada para ir à Tunísia, para também tratar, dar supervisão e orientar o tratamento do autismo, com crianças e jovens atendidos exclusivamente com o Método Padovan.

RA – Como posso encontrar um profissional que aplique o método em minha cidade ou próximo?
IC - Em São Paulo, nas Clínicas Padovan (www.padovan.pro.br), existe um cadastro dos profissionais que receberam formação e que se mantém atualizados na aplicação do Método Padovan.

Iolanda Bezerra Costa atende no Centro Carioca do Método Padovan (Cecamp, www.cecamp.net) e seu e-mail éiolanda.cecamp@gmail.com